Política
Presidenciais 2026
Grande Entrevista. Marques Mendes realça "experiência, independência e capacidade de fazer consensos"
O candidato presidencial disse já ter provado a sua independência, nomeadamente quando era comentador político.
Luís Marques Mendes foi o convidado desta terça-feira na Grande Entrevista da RTP. O candidato à Presidência garantiu que, se vencer, é ele quem vai para Belém e não o PSD. Considerou ainda que os portugueses lhe reconhecem “experiência, independência e capacidade de fazer consensos”.
“Eu não tenho o monopólio da independência, ninguém tem. Mas eu já a provei”, frisou o candidato, relembrando que a sua vida política “é longa”.
Questionado pelo jornalista Vítor Gonçalves sobre a hipótese de os portugueses poderem querer optar por um presidente dora do PSD, numa altura em que o Governo e várias autarquias pertencem aos social-democratas, Luís Marques Mendes vincou que “essa ideia de que o Governo está todo concentrado não existe”.
O candidato recordou ainda que, na década de 1990, António Guterres e Jorge Sampaio foram primeiro-ministro e presidente da República em simultâneo, apesar de serem da mesma área política.
Além disso, “o Governo de Portugal é minoritário, não é um Governo de maioria absoluta”, sendo por isso “muito precário”, argumentou.
“Neste momento está em funções, mas ninguém garante que daqui a um ano não possa cair. É mais minoritário, por exemplo, do que o Governo de António Guterres”.
Questionado pelo jornalista Vítor Gonçalves sobre a hipótese de os portugueses poderem querer optar por um presidente dora do PSD, numa altura em que o Governo e várias autarquias pertencem aos social-democratas, Luís Marques Mendes vincou que “essa ideia de que o Governo está todo concentrado não existe”.
O candidato recordou ainda que, na década de 1990, António Guterres e Jorge Sampaio foram primeiro-ministro e presidente da República em simultâneo, apesar de serem da mesma área política.
Além disso, “o Governo de Portugal é minoritário, não é um Governo de maioria absoluta”, sendo por isso “muito precário”, argumentou.
“Neste momento está em funções, mas ninguém garante que daqui a um ano não possa cair. É mais minoritário, por exemplo, do que o Governo de António Guterres”.
Relativamente às sondagens, afirmou que está “a subir e outros estão a descer”, mas disse não ver essa como uma questão importante. “Eu não vou estabelecer metas quantitativas. O meu objetivo é passar à segunda volta das eleições presidenciais”, explicou.
Experiência na vacinação "não é a mesma" que se precisa na Presidência
Questionado sobre se o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo vai ser o principal alvo da campanha de Luís Marques Mendes, este disse ter “uma enorme estima pessoal” pelo almirante.
“Quando, no tempo da vacinação, ele fazia comentário político, eu fui no espaço público talvez a pessoa que mais elogiou Gouveia e Melo. E, se voltasse atrás, teria feito a mesma coisa”, assegurou.
“Quando, no tempo da vacinação, ele fazia comentário político, eu fui no espaço público talvez a pessoa que mais elogiou Gouveia e Melo. E, se voltasse atrás, teria feito a mesma coisa”, assegurou.
No entanto, “a experiência que se tem num processo de vacinação não é a mesma experiência que se precisa na Presidência da República”, considerou.
“Era a mesma coisa que eu ser convidado para dirigir um processo de vacinação. Não era impossível, mas seria um desastre. Não tenho experiência para aquilo. Cada um é para o que é e devemos ser humildes”.
“Era a mesma coisa que eu ser convidado para dirigir um processo de vacinação. Não era impossível, mas seria um desastre. Não tenho experiência para aquilo. Cada um é para o que é e devemos ser humildes”.
O candidato referiu o caso recente em que Gouveia e Melo, na Universidade do Minho, “admitiu em público que poderia demitir o Governo de Passos Coelho no tempo da Troika por não ter cumprido uma promessa eleitoral”.
“Até me custa falar disto”, admitiu, considerando essas palavras “um disparate monumental, um erro enorme”. “Nós estávamos na altura com a Troika cá dentro, com um programa de emergência. Se nós tivéssemos uma crise política e eleições antecipadas, Portugal seria a Grécia”.
“Em vez de termos a Troika três anos, teríamos seis ou sete. Em vez de termos um resgate, teríamos dois resgates. Em vez dos sacrifícios enormes que os portugueses passaram, teríamos tido sacrifícios em dobro ou em triplo”, elucidou.
“Até me custa falar disto”, admitiu, considerando essas palavras “um disparate monumental, um erro enorme”. “Nós estávamos na altura com a Troika cá dentro, com um programa de emergência. Se nós tivéssemos uma crise política e eleições antecipadas, Portugal seria a Grécia”.
“Em vez de termos a Troika três anos, teríamos seis ou sete. Em vez de termos um resgate, teríamos dois resgates. Em vez dos sacrifícios enormes que os portugueses passaram, teríamos tido sacrifícios em dobro ou em triplo”, elucidou.
Quanto ao candidato presidencial António José Seguro, relembrou que este “há meses admitiu que os orçamentos do Estado pudessem não passar pela aprovação no Parlamento”.
“Eu tenho exatamente a visão oposta. Se há matéria que não pode deixar de ser discutida e aprovada no Parlamento são os orçamentos do Estado”, defendeu.
“Eu tenho exatamente a visão oposta. Se há matéria que não pode deixar de ser discutida e aprovada no Parlamento são os orçamentos do Estado”, defendeu.
“Eleitores do Chega são tão portugueses como os outros”
Marques Mendes garantiu que se o Chega algum dia ganhar umas eleições legislativas dará posse a esse Governo, “porque é isso que manda a Constituição”, porque “é essa a nossa prática política” e porque “eu posso ter as minhas ideias sobre o Chega, mas os eleitores do Chega são tão portugueses como os outros”.
No entanto, “há a parte eminentemente constitucional”, vincou.
“O Chega, como é público e notório, apresenta publicamente muitas vezes propostas que são manifestamente inconstitucionais", considerou, dando como exemplos a intenção de introduzir eventualmente as penas de morte ou de prisão perpétua.
“Se o programa eleitoral do Chega tiver medidas como esta (…), contrárias à Constituição, aí sim, eu vou exigir um documento escrito com garantias constitucionais de que o programa de Governo não terá essas medidas”, assegurou o candidato a Belém.
Marques Mendes garantiu que se o Chega algum dia ganhar umas eleições legislativas dará posse a esse Governo, “porque é isso que manda a Constituição”, porque “é essa a nossa prática política” e porque “eu posso ter as minhas ideias sobre o Chega, mas os eleitores do Chega são tão portugueses como os outros”.
No entanto, “há a parte eminentemente constitucional”, vincou.
“O Chega, como é público e notório, apresenta publicamente muitas vezes propostas que são manifestamente inconstitucionais", considerou, dando como exemplos a intenção de introduzir eventualmente as penas de morte ou de prisão perpétua.
“Se o programa eleitoral do Chega tiver medidas como esta (…), contrárias à Constituição, aí sim, eu vou exigir um documento escrito com garantias constitucionais de que o programa de Governo não terá essas medidas”, assegurou o candidato a Belém.
“Não tem havido vontade de melhorar a justiça”
Questionado sobre o estado da Justiça em Portugal e a morosidade em processos como o de José Sócrates, Marques Mendes apontou a falta de vontade e coragem política para melhorar algo que considerou “não ser aceitável”.
“Não tem havido vontade ou coragem, não tem havido vontade, é objetivo”, afirmou. “O Governo de António Costa fez alguma coisa por causa disto? Não, não fez. O Governo de Montenegro fez até ao momento alguma coisa? Não, não fez. E agora a ministra da Justiça disse que iria fazer mas até ao momento ainda não foi feito”, prosseguiu.
Nas palavras de Luís Marques Mendes, a justiça em Portugal sofre de “excesso de corporativismo”, apesar de indicar áreas, como a civil, que já “não é assim tão lenta”.
O candidato a Belém salientou a sua experiência a “fazer consensos” para melhorar áreas-chave para o país, como a justiça, a saúde e a habitação. “Na justiça, na saúde, como na habitação são três áreas, como presidente da República com a experiência imensa que tenho, de fazer consensos, aproximar o Governo e partidos”.
“O presidente da República não governa nem faz leis e eu não vou violar tudo isto, mas acho que o presidente da República é um árbitro, tem um poder mediador e se tiver bom senso e experiência pode aproximar quem está no Governo e na oposição para haver mexidas”.
“Portugal está bloqueado há vários anos em vários setores e não vale a pena continuar a fazer diagnósticos. Temos de ser úteis às pessoas, resolver problemas. O presidente da República só verdadeiramente interessa se puder ser útil às pessoas e resolver os seus problemas concretos”, sublinhou.
Questionado sobre o estado da Justiça em Portugal e a morosidade em processos como o de José Sócrates, Marques Mendes apontou a falta de vontade e coragem política para melhorar algo que considerou “não ser aceitável”.
“Não tem havido vontade ou coragem, não tem havido vontade, é objetivo”, afirmou. “O Governo de António Costa fez alguma coisa por causa disto? Não, não fez. O Governo de Montenegro fez até ao momento alguma coisa? Não, não fez. E agora a ministra da Justiça disse que iria fazer mas até ao momento ainda não foi feito”, prosseguiu.
Nas palavras de Luís Marques Mendes, a justiça em Portugal sofre de “excesso de corporativismo”, apesar de indicar áreas, como a civil, que já “não é assim tão lenta”.
O candidato a Belém salientou a sua experiência a “fazer consensos” para melhorar áreas-chave para o país, como a justiça, a saúde e a habitação. “Na justiça, na saúde, como na habitação são três áreas, como presidente da República com a experiência imensa que tenho, de fazer consensos, aproximar o Governo e partidos”.
“O presidente da República não governa nem faz leis e eu não vou violar tudo isto, mas acho que o presidente da República é um árbitro, tem um poder mediador e se tiver bom senso e experiência pode aproximar quem está no Governo e na oposição para haver mexidas”.
“Portugal está bloqueado há vários anos em vários setores e não vale a pena continuar a fazer diagnósticos. Temos de ser úteis às pessoas, resolver problemas. O presidente da República só verdadeiramente interessa se puder ser útil às pessoas e resolver os seus problemas concretos”, sublinhou.
“Há um problema na ação do Ministério Público”
Questionado sobre o papel do Ministério Público, Marques Mendes afirmou que existe “um problema evidentemente na ação do Ministério Público”, nomeadamente com a morosidade dos megaprocessos e dos inquéritos.
“Os megaprocessos são um problema. Os inquéritos que demoram uma eternidade são um problema e portanto estes problemas tem que se falar deles e tentar obviamente fazer pedagogia”.
Sobre a nomeação do procurador-geral da República, o candidato a Belém rejeita que o presidente da República tenha que ter “mais poderes” nessa decisão, mas defende que “é preciso é a que decisão seja certa”, criticando a ação do atual presidente da República e do ex-primeiro-ministro António Costa ao não reconduzirem Joana Marques Vidal.
“Eu sou amigo do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, toda a gente sabe. Eu não renego os meus amigos como não renego o meu passado político, mas acho agora que Marcelo Rebelo de Sousa tomou uma decisão muito errada, tal como António Costa, quando não reconduziram Joana Marques Vidal”, criticou.
“É preciso é que o presidente exerça bem os seus poderes, e neste caso acho que não foram bem exercidos”, insistiu.
Questionado sobre o papel do Ministério Público, Marques Mendes afirmou que existe “um problema evidentemente na ação do Ministério Público”, nomeadamente com a morosidade dos megaprocessos e dos inquéritos.
“Os megaprocessos são um problema. Os inquéritos que demoram uma eternidade são um problema e portanto estes problemas tem que se falar deles e tentar obviamente fazer pedagogia”.
Sobre a nomeação do procurador-geral da República, o candidato a Belém rejeita que o presidente da República tenha que ter “mais poderes” nessa decisão, mas defende que “é preciso é a que decisão seja certa”, criticando a ação do atual presidente da República e do ex-primeiro-ministro António Costa ao não reconduzirem Joana Marques Vidal.
“Eu sou amigo do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, toda a gente sabe. Eu não renego os meus amigos como não renego o meu passado político, mas acho agora que Marcelo Rebelo de Sousa tomou uma decisão muito errada, tal como António Costa, quando não reconduziram Joana Marques Vidal”, criticou.
“É preciso é que o presidente exerça bem os seus poderes, e neste caso acho que não foram bem exercidos”, insistiu.
“Um presidente da República não é um comentador”
Marques Mendes rejeitou avaliar o mandato do atual procurador-geral da República, Amadeu Guerra, por considerar que “não está em condições” enquanto candidato à presidência.
“Não é o papel de um presidente da República dar em público uma avaliação do mandato de um procurador-geral”, disse. “Uma pessoa quando banaliza a palavra, a palavra perde eficácia”. Marques Mendes assegurou que “não passa sequer pela cabeça” voltar ao comentário político caso perca as eleições. “É uma porta fechada”.
O candidato a Belém observou que gosta de falar de forma seletiva e que comentar tudo “não é o seu estilo”, afastando-se do estilo de Marcelo Rebelo de Sousa, atual presidente da República de quem é próximo.
“Uma coisa é sermos amigos, outra coisa é sermos iguais. Eu não sou melhor, sou diferente”, afirmou.
Marques Mendes rejeitou avaliar o mandato do atual procurador-geral da República, Amadeu Guerra, por considerar que “não está em condições” enquanto candidato à presidência.
“Não é o papel de um presidente da República dar em público uma avaliação do mandato de um procurador-geral”, disse. “Uma pessoa quando banaliza a palavra, a palavra perde eficácia”. Marques Mendes assegurou que “não passa sequer pela cabeça” voltar ao comentário político caso perca as eleições. “É uma porta fechada”.
O candidato a Belém observou que gosta de falar de forma seletiva e que comentar tudo “não é o seu estilo”, afastando-se do estilo de Marcelo Rebelo de Sousa, atual presidente da República de quem é próximo.
“Uma coisa é sermos amigos, outra coisa é sermos iguais. Eu não sou melhor, sou diferente”, afirmou.
“Continua a haver muitos boys no SNS”
Luís Marques Mendes acredita que os resultados na saúde estão aquém das expectativas criadas pelo Governo. “Vamos ser francos: o Governo, na prática, está em funções há cerca de um ano e meio (…), criou expectativas, e de facto há uma série de problemas”, declarou.
Considera, porém, que o presidente da República “não existe para avaliar ministros nem para pedir a cabeça de ministros”, especialmente em público. “Em privado só se for a título absolutamente excecional”.
O candidato presidencial defende que, para ser útil ao país, um chefe de Estado deve antes “exigir resultados” e “dar alguns contributos para a reflexão do país e do Governo, para ajudar a alterar as situações”.
Criticou ainda a alegada existência de gestores no Serviço Nacional de Saúde que apenas lá estão “pelo cartão partidário”. “É essa parte que eu gostava de mudar”, vincou. “Continua a haver muitos boys no SNS, ora do PSD, ora do PS”.
Luís Marques Mendes acredita que os resultados na saúde estão aquém das expectativas criadas pelo Governo. “Vamos ser francos: o Governo, na prática, está em funções há cerca de um ano e meio (…), criou expectativas, e de facto há uma série de problemas”, declarou.
Considera, porém, que o presidente da República “não existe para avaliar ministros nem para pedir a cabeça de ministros”, especialmente em público. “Em privado só se for a título absolutamente excecional”.
O candidato presidencial defende que, para ser útil ao país, um chefe de Estado deve antes “exigir resultados” e “dar alguns contributos para a reflexão do país e do Governo, para ajudar a alterar as situações”.
Criticou ainda a alegada existência de gestores no Serviço Nacional de Saúde que apenas lá estão “pelo cartão partidário”. “É essa parte que eu gostava de mudar”, vincou. “Continua a haver muitos boys no SNS, ora do PSD, ora do PS”.
“Eu não aprecio o discurso do Governo”
Em entrevista à RTP, o candidato a Belém apoiado pelo PSD considerou “nada felizes” as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sobre a imigração e a lei da nacionalidade.
“Há as leis e depois há o discurso, há vários momentos em que eu não aprecio o discurso do Governo. Algumas declarações do ministro da Presidência não foram nada felizes. Olhe, Portugal agora ficou mais Portugal, eu não acho que isto seja feliz”, declarou.
Apesar de reconhecer a importância de tratar da regulação dos imigrantes, da imigração, e de não deixar entrar todos em Portugal, Luís Marques Mendes demarcou-se do discurso e da ação do Governo nesta matéria e, aproximando-se do “valor e do princípio” do papa Francisco, deixou uma recomendação: “Temos de fazer isso com humanismo”, defendeu.
Em entrevista à RTP, o candidato a Belém apoiado pelo PSD considerou “nada felizes” as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sobre a imigração e a lei da nacionalidade.
“Há as leis e depois há o discurso, há vários momentos em que eu não aprecio o discurso do Governo. Algumas declarações do ministro da Presidência não foram nada felizes. Olhe, Portugal agora ficou mais Portugal, eu não acho que isto seja feliz”, declarou.
Apesar de reconhecer a importância de tratar da regulação dos imigrantes, da imigração, e de não deixar entrar todos em Portugal, Luís Marques Mendes demarcou-se do discurso e da ação do Governo nesta matéria e, aproximando-se do “valor e do princípio” do papa Francisco, deixou uma recomendação: “Temos de fazer isso com humanismo”, defendeu.
“Vai haver um acordo sobre a reforma da lei do trabalho”
Questionado sobre a reforma da lei do trabalho proposta pelo Governo, Marques Mendes rejeitou fazer comentários sobre uma matéria que ainda está em discussão.
O candidato presidencial, que disse ser “favorável ao diálogo social” e “adepto da concertação social”, demonstrou confiança de que será alcançado um acordo entre o Governo e os Sindicatos sobre a reforma da lei do trabalho.
“O Governo não tem tratado com a sensibilidade que se exige na relação com a UGT estas matérias e deve reforçar, e eu acho que vai reforçar, e no final eu vou-lhe dizer com greve ou sem greve geral que a minha convicção é que haverá acordo”, disse.